Sábado 14/06

O poder da empatia 3k6kz

3 de abril de 2020

Marjorie Canova Wojahn 402e3x

 

Antes de mais nada, gostaria de fazer uma breve apresentação. Me chamo Marjorie, sou advogada e atuo na cidade de Horizontina há quase 7 anos, mas nesse espaço gostaria de trazer um pouquinho de tudo, dividir algumas experiências, e desejo que essa vivência seja repleta de reciprocidade, e que possa te ajudar ou ser útil de alguma forma no teu dia a dia se possível, podendo te informar, ajudar, te fazendo repensar e viajar junto comigo.

Por estarmos vivendo em tempos de tamanha incerteza e medo, trazidos pela pandemia do COVID 19, acredito que não poderia começar o espaço, falando de outro tema, senão a EMPATIA.

A cada dia temos mais pressa, mais compromissos, mais trabalho, e nessa mesma velocidade, temos menos tempo, menos lazer, menos qualidade de vida. Paramos de enxergar e aproveitar os filhos que crescem, paramos de enxergar e aprender com os pais que envelhecem. Paramos de nos importar com o aquilo que precisa e realmente merece nossa atenção. Nos tornamos dia a dia, peças de um setor de produção em massa, onde o que interessa é tão somente o tanto produzido por cada um. A individualidade nunca se fez tão presente, o egoísmo tão latente e o ser humano, tão sozinho. A dor do outro, não nos causa nada mais que possível suspiro e um balançar de cabeça, a fome do mundo, não nos motiva a sequer pensarmos em formas de tornar ela menos dolorida. O sofrimento dos pais da casa ao lado que enterram um filho, nos causa quem sabe, um leve desconforto, pois nos lembram da nossa mortalidade iminente, mas não é capaz de nos livrar dos pensamentos de julgamentos, dos questionamentos sobre os motivos da morte, sem nos gerar a menor empatia pela dor, daqueles que sentem a fome, o luto, a dor. Existem dores realmente incuráveis, mas que se tornam toleráveis pela presença quieta e silenciosa, pelo olhar compadecido, pela disponibilidade do próximo. Não há necessidade de tomarmos a dor alheia para nós, mas nem ficar distante, como um mero estranho.

Pela primeira vez, em muitos anos, estamos sendo forçados a nos livrar dessa soberba que nos consome, para pensarmos no outro. Em tempos de coronavírus, precisamos reforçar e viver a filosofia da empatia. “Ficar indiferente é, por si só, um sintoma, um alerta de que algo não está bem”. Só sairemos dessa, se todos pensarmos em todos. Se todos nos preocuparmos com todos. Se todos nos colocarmos no lugar de todos. Seja ficando em casa, respeitando a quarentena, seja indo trabalhar em funções necessárias à sobrevivência, seja doando um pouquinho daquilo que temos em abundância em casa, seja respeitando aqueles que precisam sair de casa para buscar o sustento dos seus.

E aqui uma consideração se faz necessária, eu entendo o baque que toda essa situação já está gerando, e ainda vai gerar na economia do país e do mundo, e não sou qualificada para dar qualquer conselho sobre economia, mas entendo também que para uma economia, uma empresa, um país funcionar, nós precisamos de pessoas! E nesta guerra contra o coronavírus, fomos assolados ao vermos que todos os bens materiais acumulados, não tem a mesma força que a empatia e a solidariedade. A vida recupera o sentido quando a dedicação é mútua e tem a cor daquele amor que tem o poder de nos fazer vencer todas as adversidades.

“Se as feridas do teu próximo não lhe causam dor a sua doença é pior do que a dele”

(Tinho Aires)

 

 

 

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